domingo, 4 de dezembro de 2011

Bichinho - A intervenção.

                    
Fomos pela segunda vez à cidade de Bichinho, dessa vez para colocar em prática as nossas intrevenções.
Com as nossas ideias registradas e os materiais em mãos, trabalhamos desde o princípio para que tudo funcionasse de maneira adequada no dia da intervenção.
Recebemos a visita dos estudantes de Arquitetura da UFSJ, tanto no dia da montagem, quanto no dia da execução do trabalho.





A ideia de usar as garrafas de vidro coloridas combinadas com leds, causando uma iluminação diferenciada na Barraca da Joana foi finalmente materializada. Na noite da intervenção, buscamos reunir as pessoas na barraca, onde se serviu caldo.



                           



A experiência da intervenção, desde o processo criativo até a montagem e execução funcionou como uma pequena prova de como é trabalhar em grupo, passar por dificuldades -principalmente no que diz respeito à técnica-  e de como executar um trabalho que inicialmente está apenas no campo das ideias. O resultado final foi positivo e trouxe - acredito que não só para mim, como também para os outros alunos- um grande aprendizado.
                                     




                                    


                                    
                           

ZKM - Centro de Artes e Mídias de Karlsruhe, Alemanha e Jeffrey Shaw.


       
Com a evolução das artes eletrônicas houve a necessidade de criar lugares específicos para abrigá-lase cultivá-las. O  ZKM (Zentrum für Kunst und Medientechnologie, Centro de Artes e Mídias de Karlsruhe, na Alemanha) não só funciona como museu de artes eletrônicas, mas também como centro de pesquisas e conservação desse tipo de arte.
O centro foi fundado em 1991 e trabalha com o que há de mais em tecnologias visuais. É importante ressaltar também que o ZKM busca cultivar e manter ativas mídias que já se tornaram obsoletas; a ideia é a de que nada se torna lixo de fato, nem pode ser descartado com tanta facilidade, como é de costume atualmente.

Em uma sala ficam reunidos aparelhos de vídeos de diferentes épocas. Em outra, videogames ficam em exposição. Em outras ainda, estão localizados diversos tipos de mídias.



                                           
       


     

       Jeffrey Shaw 

            
Nascido em 1944, na Austrália, esse artista formou-se em Aquitetura e História da Arte, na universidade de Melbourne. É o diretor fundador do Instituto de Media Visual na ZKM  e um dos principais nomes no cenário das artes em mídia, sobretudo nas artes interativas. 
Em seus trabalhos, Jeffrey Shaw propõe o uso de mídias já conhecidas, como por exemplo, o cinema. O usuário expõe sua própria influência sob o aparelho e a comunicação entre o ambiente físico e virtual se dá em uma interface instintiva e de fácil manuseio.





Uma de suas obras mais reconhecidas é a Cupola, produzida em 2004. Ela consiste basicamente em um espelho colocado no chão que reflete imagens em uma cúpula, de forma que o usuário fica imerso na obra.

cupola_new2

sábado, 24 de setembro de 2011

Visita ao Inhotim.

 


Foi ótima a experiência de passar o dia no Inhotim. A grande extensão do lugar e a presença de jardins  trazem a sensação de leveza e tranquilidade durante a nossa caminhada.
É interessante deixar-se perder pelos diversos caminhos possíveis e ir apreciando toda a beleza, todos os detalhes ao longo do trajeto.
Além da parte paisagística (que teve colaborações de Burle Marx), as obras de arte expostas tanto ao ar livre, quanto em galerias também são muito ricas. Há obras que provocam fortes impactos, outras que causam incômodo, que nos convidam a olhar bem atentamente e nos levam a algum tipo de reflexão, que nos divertem e outras ainda que mexem de maneira forte com os nossos sentidos.
 





O meu grupo focou a atenção no pavilhão das " Cosmococas" de Hélio Oiticica, em parceria com o cineasta Neville d’Almeida. Estão expostas 5 obras - Trashiscapes, Onobject, Maileryn, Nocagions e Hendrix-War - compostas por apresentação de slides, trilhas sonoras e elementos táteis, que aguçam nossos sentidos assim que entramos na galeria.

Croqui - Cosmococas.

Um traço forte de Oiticica é fazer com que o observador da obra seja um participador; as salas são interativas e os visitantes são convidados a fazer uso das obras de arte ( há uma piscina e os visitantes são chamados a nadar, há também uma sala com almofadas e colchões, onde se pode brincar livremente com os objetos, além de redes dispostas para o uso de quem for à sala.)
Esse conjunto de obras, em particular, tem o objetivo de passar um pouco da sensação de uma pessoa sob o efeito da cocaína. As músicas com volume alto, que revelam gritos em certos momentos, o jogo de luzes nos aposentos e os elementos que compõem as obras geram uma certa inquietação e também uma sensação de liberdade.
 


Cosmococas

sábado, 17 de setembro de 2011

Artista escolhida - Inhotim.

Na pesquisa em busca de um artista que possui obras no acervo do Inhotim, Rochelle Costi me chamou muito a atenção.

Rochelle Costi, artista gaúcha, que não tem formação acadêmica nem de artes plásticas nem de fotografia (é graduada em comunicação social e só depois fez cursos ligados à arte), trabalha em processo livre-associativo de criação. "Desenvolvi uma pesquisa seguindo os moldes que eu mesma estipulei".
É possível ver em seu trajeto fotografias de quartos, de casas, de comida e de pessoas, o que demonstra um interesse pelos espaços e hábitos íntimos das pessoas, e também pela criação de ambientes, além de colocar a mostra tamém elementos de suas coleções individuais, como malas, cinzeiros e vidros.

Abaixo estão trechos de uma entrevista com a artista, feita pela UOL, que expõe algumas concepções e opiniões de Rochelle.

UOL: Como você trabalha essa integração com o público a partir da intimidade?
Rochelle Costi:
Com a questão do suporte veio também a busca pela interatividade. Queria mostrar algo que não fossem obras planas, em que o espectador, além de apreciar, pudesse participar também. A partir disso, comecei a usar aparatos ópticos, lentes, espelhos e outros truques para tornar o espectador mais ativo. As obras, então, viram uma espécie de armadilha, porque ele não consegue ver o que está exposto se não conseguir ver a si mesmo.

No início, explorei isso através de objetos, caixinhas, espelhos, e depois a partir das proporções, com ampliação fotográfica normal, mas em escala real, em que o espectador adentra a imagem. E as fotos grandes no espaço também proporcionam uma viagem mais participativa.

UOL: Em que sentido a participação do espectador é importante na sua obra?
Rochelle Costi:
Eu também uso o espectador, o cidadão comum, como personagem, porque engrandece o trabalho. Além de se identificar com o que está exposto, ele se envolve, é algo quase corporal. Acho que o trabalho cresce.

Assim, o meu interesse é atingir o espectador comum, que não tem exatamente uma herança artística. Meu interesse é que ele perceba que também pode participar de uma obra de arte e não se sentir inferiorizado, ou sentir que não tem capacidade de ver e sentir aquilo. Todas as pessoas me interessam.

UOL: Você sempre se relacionou com objetos e quinquilharias?
Rochelle Costi:
Junto ao fato de ser fotógrafa, sempre colecionei objetos, objetos que participam como registro e como suporte. O engraçado é que, depois de flertar com vários formatos, volto para a fotografia pura com essa questão da escala e da disposição no espaço expositivo, que traz a questão de integrar o espectador.

"Não tenho formação em artes plásticas e fotografia no Brasil, até pouquíssimo tempo, não tinha curso superior. Isso também foi libertador pra mim, o fato de não ter tido uma orientação para artes ou fotos de forma mais restrita. Estava fazendo algo independente, só meu, sem lei e sem referência."

A entrevista, na íntegra, pode ser lida a partir do link: http://entretenimento.uol.com.br/arte/ultnot/2005/12/09/ult988u484.jhtm

Há vários aspectos que achei interessantes dentro da trajetória de Rochelle Costi. Um deles foi o fato de ela ter abraçado a arte e ter começado a realizar seus trabalhos por conta própria, sem formação acadêmica específica, simplesmente pelo prazer de criar. Além disso, nas suas obras ela procura atingir o espectador, mesmo que ele não tenha conhecimentos profundos no campo das artes plásticas, se preocupando com a interação e o envolvimento dele com a obra.
A utilização de fotografias (que é esse meio visual tão forte) que remetem a ambientes íntimos, como cômodos da casa, e também de seus próprios objetos pessoais, cria uma intimidade maior da artista com o espectador, que tem sensações que vão além da simples observação da obra por alguns instantes.

No museu do Inhotim, estão as seguintes fotografias da artista:
 
-Da série Quartos São Paulo, fotografia, 168 X 230 cm, 1998
-Quartos São Paulo, fotografia, 177 X 230 cm, 1998