sábado, 24 de setembro de 2011

Visita ao Inhotim.

 


Foi ótima a experiência de passar o dia no Inhotim. A grande extensão do lugar e a presença de jardins  trazem a sensação de leveza e tranquilidade durante a nossa caminhada.
É interessante deixar-se perder pelos diversos caminhos possíveis e ir apreciando toda a beleza, todos os detalhes ao longo do trajeto.
Além da parte paisagística (que teve colaborações de Burle Marx), as obras de arte expostas tanto ao ar livre, quanto em galerias também são muito ricas. Há obras que provocam fortes impactos, outras que causam incômodo, que nos convidam a olhar bem atentamente e nos levam a algum tipo de reflexão, que nos divertem e outras ainda que mexem de maneira forte com os nossos sentidos.
 





O meu grupo focou a atenção no pavilhão das " Cosmococas" de Hélio Oiticica, em parceria com o cineasta Neville d’Almeida. Estão expostas 5 obras - Trashiscapes, Onobject, Maileryn, Nocagions e Hendrix-War - compostas por apresentação de slides, trilhas sonoras e elementos táteis, que aguçam nossos sentidos assim que entramos na galeria.

Croqui - Cosmococas.

Um traço forte de Oiticica é fazer com que o observador da obra seja um participador; as salas são interativas e os visitantes são convidados a fazer uso das obras de arte ( há uma piscina e os visitantes são chamados a nadar, há também uma sala com almofadas e colchões, onde se pode brincar livremente com os objetos, além de redes dispostas para o uso de quem for à sala.)
Esse conjunto de obras, em particular, tem o objetivo de passar um pouco da sensação de uma pessoa sob o efeito da cocaína. As músicas com volume alto, que revelam gritos em certos momentos, o jogo de luzes nos aposentos e os elementos que compõem as obras geram uma certa inquietação e também uma sensação de liberdade.
 


Cosmococas

sábado, 17 de setembro de 2011

Artista escolhida - Inhotim.

Na pesquisa em busca de um artista que possui obras no acervo do Inhotim, Rochelle Costi me chamou muito a atenção.

Rochelle Costi, artista gaúcha, que não tem formação acadêmica nem de artes plásticas nem de fotografia (é graduada em comunicação social e só depois fez cursos ligados à arte), trabalha em processo livre-associativo de criação. "Desenvolvi uma pesquisa seguindo os moldes que eu mesma estipulei".
É possível ver em seu trajeto fotografias de quartos, de casas, de comida e de pessoas, o que demonstra um interesse pelos espaços e hábitos íntimos das pessoas, e também pela criação de ambientes, além de colocar a mostra tamém elementos de suas coleções individuais, como malas, cinzeiros e vidros.

Abaixo estão trechos de uma entrevista com a artista, feita pela UOL, que expõe algumas concepções e opiniões de Rochelle.

UOL: Como você trabalha essa integração com o público a partir da intimidade?
Rochelle Costi:
Com a questão do suporte veio também a busca pela interatividade. Queria mostrar algo que não fossem obras planas, em que o espectador, além de apreciar, pudesse participar também. A partir disso, comecei a usar aparatos ópticos, lentes, espelhos e outros truques para tornar o espectador mais ativo. As obras, então, viram uma espécie de armadilha, porque ele não consegue ver o que está exposto se não conseguir ver a si mesmo.

No início, explorei isso através de objetos, caixinhas, espelhos, e depois a partir das proporções, com ampliação fotográfica normal, mas em escala real, em que o espectador adentra a imagem. E as fotos grandes no espaço também proporcionam uma viagem mais participativa.

UOL: Em que sentido a participação do espectador é importante na sua obra?
Rochelle Costi:
Eu também uso o espectador, o cidadão comum, como personagem, porque engrandece o trabalho. Além de se identificar com o que está exposto, ele se envolve, é algo quase corporal. Acho que o trabalho cresce.

Assim, o meu interesse é atingir o espectador comum, que não tem exatamente uma herança artística. Meu interesse é que ele perceba que também pode participar de uma obra de arte e não se sentir inferiorizado, ou sentir que não tem capacidade de ver e sentir aquilo. Todas as pessoas me interessam.

UOL: Você sempre se relacionou com objetos e quinquilharias?
Rochelle Costi:
Junto ao fato de ser fotógrafa, sempre colecionei objetos, objetos que participam como registro e como suporte. O engraçado é que, depois de flertar com vários formatos, volto para a fotografia pura com essa questão da escala e da disposição no espaço expositivo, que traz a questão de integrar o espectador.

"Não tenho formação em artes plásticas e fotografia no Brasil, até pouquíssimo tempo, não tinha curso superior. Isso também foi libertador pra mim, o fato de não ter tido uma orientação para artes ou fotos de forma mais restrita. Estava fazendo algo independente, só meu, sem lei e sem referência."

A entrevista, na íntegra, pode ser lida a partir do link: http://entretenimento.uol.com.br/arte/ultnot/2005/12/09/ult988u484.jhtm

Há vários aspectos que achei interessantes dentro da trajetória de Rochelle Costi. Um deles foi o fato de ela ter abraçado a arte e ter começado a realizar seus trabalhos por conta própria, sem formação acadêmica específica, simplesmente pelo prazer de criar. Além disso, nas suas obras ela procura atingir o espectador, mesmo que ele não tenha conhecimentos profundos no campo das artes plásticas, se preocupando com a interação e o envolvimento dele com a obra.
A utilização de fotografias (que é esse meio visual tão forte) que remetem a ambientes íntimos, como cômodos da casa, e também de seus próprios objetos pessoais, cria uma intimidade maior da artista com o espectador, que tem sensações que vão além da simples observação da obra por alguns instantes.

No museu do Inhotim, estão as seguintes fotografias da artista:
 
-Da série Quartos São Paulo, fotografia, 168 X 230 cm, 1998
-Quartos São Paulo, fotografia, 177 X 230 cm, 1998

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Primeiras tentativas no Sketch up

Ensaio no Sketch up - "Caldo da Joana" - Bichinho

Caldo da Joana - 1

Vista orbital/ frontal


Vista orbital





terça-feira, 6 de setembro de 2011

Primeira visita ao Bichinho

A viagem ao Bichinho, primeiramente, trouxe de volta para mim a ideia de vilarejo, onde as pessoas passam pelas ruas, na maioria das vezes sem pressa, à pé, de bicicleta, ou mesmo de carro e vão parando ao longo do caminho para conversas casuais com os vizinhos, para "pedir bênção" aos mais velhos, entre outras coisas que não são vistas facilmente na cidade grande.
Acredito que esse espírito acolhedor do povo de Bichinho colabora também para a visita de tantos turistas que vão, principalmente, em busca do artesanato -tão rico- e do descanso, que a cidade oferece.
Não podemos ignorar o fato de que a cidade está passando por transformações, já que muitas novas casas estão sendo construídas, e com elas pode vir a ameaça à tradição da cidade (tanto nas formas das construções, como nos próprios costumes dos habitantes que moram lá há mais tempo).

Durante o tempo em que estivemos lá, trabalhamos bastante a percepção dos lugares, a atenção voltada para as construções (os tipos de materiais usados na casa, os elementos que a circundam e a completam), além de ter sido a nossa primeira experiência de trabalho em grupo no curso, o que foi muito bom.
Gostei muito também das atividades feitas na rua (da performance coletiva) e também ao redor da Igreja (de perceber o lugar pelo tato) e da ideia da performance, da apropriação de um certo lugar, que foi algo bem diferente para mim.

Bichinho- Croquis e Performance.

O lugar escolhido pelo nosso grupo para a intervenção foi o "Caldo da Joana".




"Caldo da Joana" - Cabana.
  
"Caldo da Joana"


Link da performance.


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Teoria da Deriva

A teoria da deriva é um dos trabalhos de autoria do pensador situacionista Guy Debord entre as décadas de 1950 e 1970.
A deriva se define como um "comportamento ‘lúdico-construtivo’; ligada a uma percepção do espaço urbano enquanto labirinto: espaço a “decifrar” e a “descobrir pela experiência direta."
Partindo de um lugar qualquer e comum à pessoa ou grupo que se lança à deriva deve rumar, deixando que o meio urbano crie seus próprios caminhos.
É um procedimento de estudo que examina as ações do ambiente urbano nas condições psíquicas e emocionais das pessoas.
Segundo o estudo, existe um relevo psicogeográfico das cidades, com correntes constantes, pontos fixos, e turbilhões que tornam o acesso ou a saída de certas zonas muito difíceis.
Apesar de serem inúmeros os procedimentos de deriva, ela tem um fim único: transformar o urbanismo, a arquitetura e a cidade; construir um espaço onde todos serão agentes construtores e a cidade será um total.

Flash Mob

O termo, que é uma abreviação do termo em inglês: "Flash Mobilization", tem como  sentido original convocar um grupo de pessoas por meio de mensagens de celular, email (ou outras formas de comunicação) para irem à um certo local, em uma determinada hora, para realizar uma ação pré determinada e, logo depois, se dispersar.
É  mobilização de pessoas que se reunem e se espalham ao final da ação de forma instantânea. Geralmente envolve alguma crítica à sociedade, à política ou a algum costume, ou pode ser realizado simplesmente com o fim da distração e divertimento.

Flaneur

 
A industrialização nos séculos XVIII e XIX gerou o fenômeno da urbanização das cidades
européias e também de uma aglomeração de pessoas, que passam a seguir um outro ritmo de vida. Foi sob esse contexto que o poeta francês Charles Baudelaire desenvolveu o conceito do flaneur que é um vagabundo, andarilho, aquele que perambula pelas ruas, uma pessoa que anda na cidade para experimentá-la.
 
O Flaneur desprende-se do movimento do cotidiano por alguns momentos. Em oposição ao ritmo cansativo da vida moderna, ele promove uma desaceleração e procura observar o meio à sua volta de maneira diferente, com um maior senso de percepção.
 

Parkour

Parkour é uma arte do deslocamento. É utilizar uma série de habilidades do corpo humano em conjunto para dominar o ambiente em sua totalidade, de forma a conseguir se movimentar passando por obstáculos no seu caminho. Isso se traduz em treinamento de habilidades como escaladas, pulos, equilíbrio, corrida em infinitas possibilidades de combinações utilizando apenas o corpo como ferramenta, e sempre visando a preservação da integridade física em primeiro lugar.
 
Em meados dos anos 80, David Belle foi treinado por seu pai , um ex-combatente vietnamita, por um método de educação física onde se desenvolve várias habilidades físicas naturais do ser humano, assim como fundamentos morais. A partir disso, David Belle começou a adaptar os treinos para as ruas junto com seus amigos. No final dos anos 90 criou o termo "Parkour" para aquilo que treinava a mais de 10 anos com os amigos nas ruas.
 
Alguns traduzem "Parkour" simplesmente como percurso, do francês "Parcours". Porém o nome vem do termo "Parcours du Combattant", um treinamento militar francês; uma espécie de pista de obstáculos militar, onde o guerreiro treina a ultrapassagem dos obstáculos.
 
"Mais que um esporte, Parkour é uma filosofia", é o que dizem vários tracers (praticantes da modalidade).